O ano de 2025 começa com o PT e o PDT se aproximando para formar uma federação partidária. Uma tentativa de reconfiguração da política brasileira, que promete ser um novo bloco federativo. As conversas, iniciadas no final de 2024, têm tudo para esquentar em fevereiro
Carlos Lupi, o ministro da Previdência, é o maestro dessa orquestra. Ele tem tocado as negociações com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, sempre com um discurso de resistência. Lupi, embora licenciado do cargo de dirigente do PDT, ainda mantém o controle das articulações.
"Este tema está sendo discutido internamente, e vamos tomar uma decisão com várias opções dentro de um projeto nacional " disse Lupa A estrada para uma federação duradoura não é tão simples. O maior obstáculo se chama Ciro Gomes. Desde 2018, Ciro se afastou cada vez mais do PT, adotando um tom de crítica feroz ao que ele considera a "velha política". O ex-ministro, que ainda exerce enorme influência dentro do PDT, não parece disposto a engolir a ideia de uma união com os petistas, com os quais mantém uma relação de desconfiança histórica.
Se a figura de Ciro Gomes não bastasse para complicar o jogo, há ainda o PV. O Partido Verde, que também integra a Federação Brasil da Esperança com o PT e o PCdoB, não anda nada satisfeito com o rumo das coisas. O que era para ser uma aliança pragmática e sólida já começa a mostrar fissuras. O PV, com um pé fora da federação, não engole a imposição de uma união que, segundo muitos, parece mais uma colcha de retalhos do que uma verdadeira frente progressista.
E aqui surge uma questão crucial: em que medida o PT conseguirá manter o PV ao seu lado? E, mais ainda, como lidar com as divisões internas do PDT, com Ciro Gomes mirando à distância, aguardando um momento para explodir no cenário político?
O que é uma federação e por que isso importa?
A federação partidária, conforme a legislação, exige que os partidos ajam como uma única legenda. Acordos internos, votações no Congresso, tudo precisa ser alinhado, ou, como diz o ditado, "unidos ou separados". Se os integrantes descumprirem o estatuto, as punições podem ser severas. E no Brasil, com uma política tão fragmentada, isso é quase um convite à desunião.
Esse arranjo, que inicialmente parecia ser uma saída para fortalecer a esquerda, está agora se tornando um campo minado. O PT e o PDT, ao tentar criar um novo bloco, precisam entender que, em política, a aliança não é feita só de discursos e declarações. O tempo e as atitudes dos líderes, especialmente figuras como Ciro, dirão se essa federação vai virar uma realidade ou cair no esquecimento.
O objetivo? Consolidar uma frente ampla de esquerda com os olhos voltados para as eleições municipais de 2024 e as futuras disputas nacionais. Mas a pergunta que fica no ar é: será que o Brasil está pronto para engolir mais uma união de conveniência?
Por Luiz Pedro Jr. DRT 8493
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