Em tempos em que números ganham manchetes e fake news vestem terno e gravata, o secretário de Relações Institucionais da Bahia, Adolpho Loyola, decidiu não engolir calado a pesquisa do Instituto Paraná, que deu ACM Neto como um rei antecipado no tabuleiro do Palácio de Ondina. O levantamento — divulgado com pompa na última quinta-feira (31) — mais parece, segundo Loyola, um retrato tirado com lente de aumento seletiva.
Durante cerimônia da Medalha da Ordem 2 de Julho,
Loyola não mediu palavras: “Essa pesquisa não reflete a realidade. Nem de
longe. É uma foto? Ok. Mas está borrada, tremida, com filtro de nostalgia”.
Com aquele tom de quem já viu esse filme antes, o
secretário foi além. Disse que o governo monitora tudo — com pesquisa sim, mas
também com o que realmente importa: a reação das pessoas diante das políticas
públicas. “Tem número que se manipula. Mas fome não se mascara. E é nisso que
estamos focados.”
Na sua defesa, Loyola sacou a principal arma do
governo Jerônimo: o trabalho. Relembrou o programa Bahia Sem Fome como exemplo
de ação concreta que, além de alimentar quem precisa, alimenta também a
popularidade de Lula no estado. “A Bahia não é só território. É termômetro da
democracia, e estamos fazendo um trabalho decente. O povo sabe. A resposta virá
nas urnas — ou na mesa de jantar, onde a comida começou a voltar.”
Com a elegância de quem sabe que política não é só
palanque, Loyola jogou no lixo a ideia de que ACM Neto já venceu e encerrou com
um recado direto, como quem escreve em caixa alta sem perder a compostura: “A resposta para as críticas? É trabalho. Sempre
foi.”
E que fique claro: Adolpho
Loyola não está disputando simpatia, está disputando lucidez em meio ao
espetáculo de vaidades que virou a pré-campanha na Bahia.
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