Após o PDT declarar institucionalmente que se manteria neutro no segundo turno das eleições em Fortaleza, o partido rachou, com integrantes declarando apoio a Evandro Leitão (PT) e outros a André Fernandes (PL).
O PT e o PDT romperam no Ceará em 2022. Nacionalmente, no entanto, os partidos são aliados, com um representante na Esplanada de Lula (PT): o ministro Carlos Lupi (Previdência).
No primeiro turno, o atual prefeito, José Sarto (PDT), ficou em terceiro lugar na disputa. Ele já se posicionou pela neutralidade na segunda etapa.
Dos 8 vereadores do PDT eleitos em Fortaleza, 6 declararam apoio a Fernandes e somente 1 a Leitão (o outro ainda não se posicionou). O ex-prefeito da capital cearense Roberto Cláudio (PDT), que comandou a cidade por dois mandatos, publicou nas redes sociais o endosso ao candidato do PL, e o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) descartou apoio ao petista.
Já o presidente interino do PDT e líder da maioria na Câmara, deputado André Figueiredo (PDT), anunciou nesta segunda-feira (14) apoio a Leitão.
Fernandes terminou em primeiro lugar, com 40,2% dos votos, ante 34,3% de Leitão. O segundo turno em Fortaleza, quarta cidade mais populosa do Brasil e a maior do Nordeste, terá de um lado o candidato apoiado pelo presidente da República e, de outro, o que tem chancela de Jair Bolsonaro (PL), em um reflexo da polarização nacional cujo resultado pode impactar a disputa de 2026.
É também a capital em que o PT avalia ter mais chances de sair vitorioso das urnas, após ter avançado para a segunda etapa em somente quatro capitais.
Na semana passada, Figueiredo publicou nota nas redes sociais recomendando a neutralidade do partido no segundo turno. Ele escreveu, no entanto, que pessoalmente seguiria o alinhamento nacional do partido —indicando o voto ao PT. Nesta segunda (14), declarou apoio a Leitão dizendo que os ideais de Leonel Brizola devem estar lado a lado daqueles que “verdadeiramente defendem a democracia”.
No sábado (12), Roberto Cláudio fez uma publicação nas redes sociais afirmando que o PT no Ceará é a “certeza de uma fórmula que já deu errado em Fortaleza” e que, diante disso, tomou a “decisão pessoal” de “votar no outro caminho” e apoiar Fernandes.
O posicionamento gerou críticas imediatas de petistas. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), rebateu o ex-prefeito dizendo que isso significava uma “vergonha para a democracia”
Também no sábado (12), a juventude do PDT divulgou nota de repúdio ao endosso de integrantes da sigla à candidatura do PL. “Trabalhista não vota em bolsonarista, trabalhista deixa Bolsonaro inelegível. Em Fortaleza é Evandro”, diz a publicação.
Ciro Gomes, por sua vez, rebateu a nota, afirmando que não será “puxadinho do PT”.
“O que de pior pode acontecer em Fortaleza é a premiação do maior esquema de corrupção da história do Ceará. Mais respeito! Senão eu também vou dizer algumas coisas que a burocracia de nosso partido está precisando ouvir. Não sou nem serei puxadinho do PT nem ‘shorts’ nem nunca!”, escreveu Ciro num comentário.
Os candidatos aparecem tecnicamente empatados. O bolsonarista registrou 47% das intenções de voto, contra 45% do petista, com uma margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
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